Comer é uma necessidade básica, instintiva, vital, além de um prazer. Mas,
afinal, o que é alimentar-se bem? Você pode pensar: “Eu como direitinho, tomo
café, almoço e janto”. Nutrir-se bem tem a ver com qualidade, não quantidade.
Tem a ver com saúde. “A boa alimentação tem como função manter a saúde plena.
Para que o organismo funcione bem, ele precisa de uma variação completa de
nutrientes”, explica a bióloga Liduina Fiorini, gerente de Assuntos Científicos
Nutracêuticos.
“O segredo é buscar o equilíbrio na alimentação, por meio de uma rotina alimentar, onde devem entrar alimentos balanceados como pães, frutas, verduras, laticínios e carnes, evitando o excesso”, diz Graziele Pasetti, nutricionista do Hospital VITA, em Curitiba. “Portanto, não devemos optar por dietas restritivas, uma vez que estas excluem grupos de alimentos e não podem ser consideradas saudáveis”, continua Graziele.
Alimentação saudável e prazer: é possível, sim!
A forma de preparar e temperar os produtos diz muito sobre isso. Mas o melhor resultado, sem dúvida, experimenta quem aprendeu desde cedo a provar todo tipo de alimento. “Quando orientamos a criança desde pequena a comer o que traz saúde, ela vai reconhecer esses alimentos como prazerosos”, diz Liduina. Isso se faz diariamente, nos pequenos gestos: “Estimulando a criança desde cedo a alimentar-se corretamente, levando-a junto ao supermercado para identificar o que é saudável, vendo os pais se alimentando corretamente...”, explica Liduina.
Preste atenção na fome oculta!
A bióloga explica que, quando nos acostumamos a trocar uma refeição nutricionalmente equilibrada por uma fast-food comum, por exemplo, podemos desenvolver fome oculta, que representa carência de nutrientes específicos que traz consequências negativas para a saúde. Na fome oculta, nosso organismo tem fome de tais nutrientes, mas não temos consciência disso. Como consequência, instintivamente passamos a consumir os produtos que estão mais acessíveis dentro da nossa rotina. Esses produtos, por sua vez, podem ser pouco nutritivos, como é o caso das guloseimas, que não suprirão a carência daqueles nutrientes que faltaram. Então ainda temos fome oculta. Como resultado, podemos desenvolver a compulsão alimentar e suas consequências.
Autoavaliação
Para saber se está se alimentando bem, você precisa reunir um conjunto de fatores. Liduina reúne os mais importantes:
• Quantas refeições você faz ao dia?
Procure fazer as 3 refeições principais e lanchinhos entre elas. Comendo,
em média, a cada 3 horas, você mantém sua fome sob controle e o metabolismo
ativo.
Não pule refeições. Isso vai fazer você comer muito mais na próxima
refeição.
Quem não come o suficiente durante o dia, “ataca a geladeira” à
noite.
• Que tipo de alimento gosta de consumir durante as refeições?
Procure comer alimentos de diferentes grupos para garantir os nutrientes
necessários para a saúde. Monte um prato bem colorido, com um pouco de cada tipo
de alimento.
• Você varia o que coloca no prato?
Procure variar as fontes de nutrientes, com os diferentes tipos de carnes,
grãos, legumes, hortaliças e frutas.
• Por exemplo, na hora daquela fominha no meio da tarde, o que você costuma comer?
Prefira uma fruta, um biscoito com fibras, um iogurte... Um bombom, um
sorvete, um salgadinho não são as melhores opções. Você não precisa abolir estes
produtos da dieta. É importante também que não os use como substituição para uma
refeição.
• Como você consome seu suco?
Prefira o suco natural, sem açúcar, ou com um pouco de adoçante.
• Como é seu consumo de água
Tome água suficiente, aproximadamente 2 litros por dia. Lembrando que ela
está presente também nos chás, sopas, sucos...
• Como é o seu carrinho de supermercado?
O carrinho de supermercado é um reflexo do que comemos. Como é o seu? Tem
frutas? Verduras? Carne magra ou gorda? Grãos integrais? Têm refrigerantes,
pratos congelados, alimentos à base de farinha branca e embutidos?
Fazer uma lista cuidadosa dos alimentos que precisa comprar é importante
para fazer a escolha dos produtos mais nutritivos e saudáveis.
Dicas para uma boa alimentação
A nutricionista Graziele nos dá uma mãozinha:
– Faça as mudanças gradualmente. Não há como mudar seus hábitos alimentares do dia para a noite, pois, além de precisar ter uma extrema força de vontade, uma mudança radical pode fazer com que você fique no meio do caminho e desista. O ideal é corrigir as deficiências e os excessos aos poucos.
– Mastigue bem os alimentos. Pequenas partículas de alimento são mais facilmente digeridas e absorvidas.
– Comece sempre a refeição com um caprichado prato de salada.
– Nunca vá ao supermercado com fome. Vá sempre após uma refeição e não compre por compulsão. Isso evitará pegar balas, chocolates e salgadinhos.
– As frutas, quando possível, devem ser ingeridas com casca, como maçã, pera e uva.
– Pratique atividade física.
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