Principais dúvidas sobre a pílula anticoncepcional

A pílula anticoncepcional é um dos medicamentos mais utilizados no mundo todo. E não serve só para evitar uma gravidez indesejada: ela melhora bastante a pele e os cabelos, além de ser capaz de prevenir doenças como o câncer de ovário e a endometriose. Mas você sabia que não se deve tomar a pílula sem uma consulta médica? E que mulheres fumantes com mais de 35 anos não podem usar o medicamento sob o risco de ter uma trombose ou embolia pulmonar? Segundo a ginecologista, obstetra e mastologista Elisabeth Dobao, a pílula anticoncepcional não faz engordar, tem eficácia comprovada, baixo custo, é facilmente reversível, proporciona controle dos ciclos menstruais, sangramento em menor quantidade e com menor duração, diminuição das cólicas e sintomas pré-menstruais (TPM), controle da acne e oleosidade da pele e cabelos. Além disso, é comprovado estatisticamente que a longo prazo há diminuição da incidência de gravidez ectópica (fora da cavidade uterina), cistos de ovário, miomas uterinos, câncer de ovário e endométrio.

Elisabeth esclarece as principais dúvidas sobre a pílula.

Na ausência de contra-indicações, a pílula pode ser iniciada alguns meses após a primeira menstruação, ficando claro que entre outras questões, deve ser levado em conta a maturidade da usuária, sua motivação, freqüência das relações sexuais etc. Não há idade limite para a parada do uso, desde que a mulher não seja fumante e mantenha um acompanhamento e contato periódico com seu médico, relatando qualquer problema de saúde.


Muitas mulheres ainda temem a pílula, com medo de engordar. Segundo a ginecologista, esse temor não tem fundamento. Hoje existem anticoncepcionais orais das mais diversas composições, com dosagens mínimas. Em alguns casos, pode haver ganho de 1 a 2 Kg, mas que é reversível.


Os efeitos colaterais mais comuns são as náuseas, cefaléia leve, sensibilidade mamária, sangramento fora do período menstrual e alteração do humor. Em algumas usuárias apresentam-se somente nos primeiros dias ou até aproximadamente o 3º ciclo e param. Porém, sempre independente da fase, os efeitos devem ser relatados ao médico, que julgará se é possível ter paciência e insistir na escolha ou providenciar a troca de substância, modo de uso ou até mesmo de método.


O médico deve fazer uma avaliação cuidadosa, pesquisando a história das doenças familiares como diabetes, hipertensão arterial, AVC etc, além da história pregressa da paciente, perguntando se tem ou já teve alguma dessas doenças anteriormente mencionadas; enxaquecas freqüentes, problemas sérios de circulação ou coração, convulsões, câncer de mama, se faz uso de medicações contínuas etc. Hoje damos preferência a começar sempre com as pílulas de baixa dosagem e orientar a volta após um curto período para observar se houve adaptação, ou a qualquer momento em caso de incômodo ou sintomas inesperados.

Algumas contra-indicação entre as absolutas são: o fumo após os 35 anos, doença cardiovascular passada ou atual (ex: AVC e trombose venosa profunda), diabetes há mais de 20 anos ou que já tenha lesão ocular, neurológica ou renal, doença hepática ativa e grave, pressão arterial igual ou superior a 160/100mmHg, ser portadora ou já ter tratado tumor maligno de mama. Também há outras contra-indicações relativas onde a relação risco/benefício deve ser avaliada pelo médico e discutida com a paciente.

É necessário combinar a pílula com algum outro método anticoncepcional, deve-se usar a camisinha para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e quando há contra-indicação absoluta para gravidez, como por exemplo, durante o uso de alguns medicamentos teratogênicos (que causam má-formação fetal).

O certo é tomar a pílula durante 3 semanas e fazer um intervalo de 7 das para que a menstruação desça. Se a mulher quiser emendar uma cartela na outra sem intervalo para não menstruar, ela pode fazer isso sem prejuízos, pois hoje há anticoncepcionais orais apropriados para esta administração.
Não há até o momento estudos que mostrem prejuízos comprovados quanto a esta forma de administração.

O uso prolongado da pílula (fazendo-se os intervalos direito) não altera seus efeitos.


Depois de um tempo de uso contínuo – meses ou anos -, não é preciso trocar de pílula ou fazer alguma pausa por algum período, não existe comprovação científica de que este "descanso" seja necessário.


No caso de querer engravidar, assim que acaba o sangramento ocasionado pela parada do uso do anticoncepcional oral, teoricamente já se inicia um ciclo ovulatório. Por segurança, ela deve se considerar fértil tão logo deixe de tomar 2 pílulas.


Se a pílula provocar algum efeito colateral e não for possível entrar em contato o médico, utilize a camisinha até que seja avaliada e tenha suas dúvidas sanadas.






Fonte: Feminíssima

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